o Ah convicto

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ah, ainda convicto.

Olá boa tarde, desculpem a demora, saí para comprar caramelos, sim porque eu não fumo e só cheguei agora. Estou cheio de sede. É que no caminho comi caramelos que me fartei e fiquei... gordo de sede. Tentaram cortar-me a cabeça e não é que eu ia deixando. Livra, desta safei-me. Escrevi isto no caminho e vou passar a limpo: "Eu entrei por uma porta, para uma sala escura, despida, vazia. O ar era frio, sombrio e assustador. Dentro dessa sala estavam pessoas, assustadas e curiosas, imbuídas de valores, cheias de valor. Umas vozes indefinidas, por vezes sussurrantes, porém uma que fui distinguindo, foi tomando cheiro, cor, forma. A palavra de alguém se destaca, mexe e remexe, massaja, mas massaja tanto que quase magoa, provoca ardor e rubor. Mas esta força imprimida dá razão e tem razão. Dor, Alma, Espírito. Era essa pessoa, mas era também eu e muitos eus. E descobre-se uma janela, uma não, muitas janelas, muitas também não, várias janelas, mas aquela, a primeira janela que eu vi, abriu-se e uma fortíssima entrada de ar agitou tudo, até pessoas voaram com a vibração. Uma finíssima vibração, tocou-me tão levemente que estremeci e tudo no meu interior estremeceu - efeito borboleta, pensei". Obrigado Esta é uma das razões para estar grato hoje, aqui e agora.

domingo, 3 de julho de 2011

depuis ce temps

Quando chegaste enfim, e
eu te vi de olhar vestido para mim,
meu coração transbordou
de luz, de cor, de som
e aos poucos cobriu os espaço,
crestado, amarelado, zumbido.

Embebendo a sede, seca, uivada,
como um pé de cabinhos ocos,
cuja flor não conhecia de há muito esquecida.
Neste vaso comunicador, amalgamas de capilares recebem corrente,
desacorrentam, deslaçam,
despegam, desabam.

Do zumbido faz-se o som,
do uivo a melodia
o amarelado desfaz-se
descobrindo cores,
preenchendo de ritmos, chorinhos, os ocos caminhos.

E não há verbo, há canção.
Não há som, há orquestra,
de que o fluido cósmico universal é regente,
e as estrelas cantam em Heroica sinfonia.

03/07/2011

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Please make a new turn....





... you are on the wrong course of your destination.

Começa um novo Futuro!

terça-feira, 20 de abril de 2010

do Amor




Todos nós temos no fundo do coração a centelha desse fogo sagrado – o Amor.

Por mais abjecto, vil ou criminoso que um homem seja, dedica sempre a qualquer ente ou objecto, viva e ardente afeição. Quando praticado sobre essas criaturas o amor verdadeiro, a esterilidade e o endurecimento, aos poucos desaparecem.

“ama muito, a fim de seres amado!”

Tentando pôr em prática este conselho, encontraremos no Amor tudo o que consola e abranda as dificuldades de cada dia.

Não é suficiente estar enamorado de uma pessoa que nos agrada e que supomos dotada de boas qualidades, é necessário viver com ela para a podermos apreciar. Quantas uniões de pessoas aparentemente incompatíveis, o tempo, o conhecimento mútuo, transformaram essa união em Amor durável e terno, baseado na estima recíproca.

Nas uniões de amor, procuramos mais a satisfação do nosso orgulho e da nossa ambição do que a felicidade de uma afeição mútua. Acabamos assim por sofrer as consequências dos nossos preconceitos.

A sabedoria e o amor são as duas asas que alcançarão a felicidade maior, mas em toda a parte, quem ama segue à frente daquele que apenas sabe.


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voragem das coisas

O homem não pode ser só estômago e sexo!!!!

... seduzido pela vaidade e o brilho das coisas exteriores, o homem entende viver e mover-se entre os objectos dos sentidos e atira-se loucamente à voragem das coisas.
Um dia ele volta, pelos caminhos palmilhados, chega de novo à cidadela por si abandonada, coberto da poeira da caminhada da incerteza, da insatisfação.

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sexta-feira, 26 de março de 2010

... como o tempo passou...

não, não desisti, nem quero desistir.
por vezes a poeira, quando há vento, levanta
forma uma nuvem que quase não nos deixa ver para além.
mas isto não é constante, e por isso passa.
é preciso limpar por onde assentou, há onde menos se pensa e
depois embaraça a engrenagem.

pois,
mas não deixei de amar, de dedicar amor, de me estender todos os braços possíveis
de trespassar distancias, para lá dessa nuvem, acima desse pó...
num sopro, forte, convicto,
ah

Igual aos teus olhos me parece
quem a teu lado vai sentar-se,
quem saboreia a tua voz
mais as delícias desse riso

que me derrete o coração
e o faz bater sobre os meus lábios.
Assim que vejo esse teu rosto,
quebra-se logo a minha voz,

seca-me a língua entre os dentes
corre-me um fogo sob a pele,
ficam-me surdos os ouvidos
e os olhos cegos de repente.

Torna-se liquido o meu corpo:
transpiro e tremo ao mesmo tempo.
Vejo-me verde: mais que a erva.
Só por acaso é que não morro.


Safo, que viveu na ilha grega de Lesbos há mais de 2500 anos.

... só por acaso é que não morro, de tanto gostar deste poema intemporal.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O caminho inexorável da vida


2010 dC.
Os anos ciclicamente se sucedem, como um nautilos, não podemos medir a influência que o tempo exerce realmente sobre nós. Preocupados, despreocupados, com a cabeça entre as mãos ou com a cabeça sobre as mãos. Todos, todos caminhamos, assim como peças, associados a mais e mais peças, compondo o cosmos. E voamos, plenos de sonhos, birrentos por querer o que não conseguimos, certos das nossas verdades, porque envoltos no nosso mundo pequenino, por vezes esse mundo intercepta outro, e outro e mais outro, igualmente pequenino, como atmos, que vão enchendo, enchendo, mas que não se conseguem ver à vista desarmada. Por isso, por vezes nos sentimos sós, é que não se conseguem ver à vista desarmada, mas... a elipse da vida segue, segue sempre, como a água do rio.
Entremos os que cá estamos no nosso 2010 dC. e continuemos pois. Até ao próximo.